20 de janeiro de 2010

Personagem passageira


Falamos cerca de uma hora e meia, naquela ruazita com pedras. Fumamos o nosso cigarrito no meio de trocas de olhares, risos, gargalhadas, lembranças de como eramos à uns anos. Foi anoitecendo devagarinho e tu e a tua calma, o teu jeito de serenidade que nunca vi em mais ninguém, seduziu-me.
Não abusaste nem um bocadinho comigo, levas a sério a minha aliança, embora eu sabia que não iria sair dali sem te beijar, ou, pelo menos, dar-te a entender. Fui me chegando, pouco a pouco, no meio de conversas de sexo, de "gajas com quem já estive", de "sabes a mensagem que ela me mandou" e "ei, também a comeste?".
Estava frio. O teu casaco quentinho abraçou-me e senti aquele arrepio de calor humano encostado a mim. A tua respiração a bater no meu pescoço, o teu jeito bem disposto. Olhei-te fundo nos olhos. Queres tanto quanto eu. Demos um beijo tão leve, tão suave, tão típico de dois putos do 5º ano, que delícia. Estavas pasmo.
"Tens a certeza?". Não. Não tinha a certeza de nada. Só sei que estamos aqui os dois, que não estamos com mais ninguém, que ia acontecer, porque embora a tua serenidade, há um lado erotico no teu olhar que mexe. Encaixamo-nos um no outro num beijo quase-perfeito. Todos os movimentos que fazias coincidiam com os meus, a minha mão no teu pescoço a fazer pressão ao mesmo tempo que me puxavas para ti. Parou tudo.
"És doida...".
Senti-te o sexo a crescer devagar contra mim enquanto te roçavas, leve, suave, tal como tu és. Aquele ambiente de sedução, de pecado, de prazer... Foda-se, mas quando é que me trato desta droga que me consome?
Soltei um gemido leve, tão leve que quase nem eu própria me ouvi, mas estava a ronronar por dentro. A tua leveza e suavidade estava-me a deixar cada vez mais incontrolável e sentia-me como um gato a ser acaríciado levemente. Passaste-me a mão no meu auge de prazer, deixaste-me louca, o teu jeito calmo só me fazia querer mais, que abusasses mais, que me tomasses como tua naquele bocado. Tu queres. Eu quero. Aconteceu. Foste meu, fui tua, naquele momento de pura adolescência e rebeldia.
Estava tarde, o escuro era a nossa testemunha. Cada um seguiu o seu caminho, sem antes prometer que nada dali saía. Amanhã vou-te voltar a ver, tal como vejo sempre. Já me valia o G., agora já são dois. Mas sei que tens um coração que não me permite voltar a fazê-lo. Não porque tu nao querias, porque sabes que queres, mas porque, por vezes, tens mais juizo do que eu. Ali começou, ali morreu.

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Minha gente, muito, muito obrigada pelos comentários e e-mails de Bom Aníversário. Tive um óptimo dia, recebi um miminho dos meus pais chamado Nokia X3 à meia noite que me deixou completamente doida! No dia 22 à noite é que é a festança com os amigos e prometo contar tudo.

PS: Quem foi a primeira pessoa que vi pela manhã dos meus anos? O G. Até que fiquei mais arrebitada do sono que me pesava fortemente. (;

5 comentários:

Anônimo disse...

Minha querida os teus posts estão cada vez melhores. Sao sensuais, doces, cheios de tesão e loucura...
Gostava de dar-te os parabens pessoalmente e ir à tua festa mas de uma maneira especial...
Queres saber como?
Eu explico-te mas em privado...
Envia-me uma mail para
mistercharmoso@sapo.pt

Vontade de disse...

Hum... essas paixões antigas são umas grandes sacanas.

Maravilhoso. ;)

Bernardo Lupi disse...

Fiquei meio confuso mais uma vez. Quem é esta personagem?

Anônimo disse...

viva a rebeldia de adolescentes,,,
este blogue está cada dia mais "hot",,,

; )

Anônimo disse...

conta-me,,,